Nós estamos aqui vivendo uma experiência humana. E essa experiência só é possível através da matéria.
Nos foi emprestado um corpo físico. Nascemos com uma personalidade que desenvolvemos durante a vida. Adquirimos experiências, conquistamos coisas.
Tudo isso faz parte dessa experiência. Mas não é quem você é.
Nessa busca, podemos nos confundir. E pensar que para ser não podemos ter. Ou precisamos negar o ter.
Em alguns períodos da história isso aconteceu. Quando se negou o ter, e o ser era exaltado. Em outros períodos, como o que estamos vivendo, parece que o ter é só o que temos. E deixamos de lado o ser.
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Se nos foi dado um corpo físico, uma personalidade e até mesmo dons e talentos, não é lógico pensar que existam para que sirvam de instrumento? Afinal, tudo tem um propósito.
Não podemos negar a matéria. Mas também não podemos achar que é SÓ a matéria.
Quando isso acontece negamos quem nós somos, e aí começa o vazio, a sensação de não pertencimento e a busca por preencher lacunas que nunca serão preenchidas com coisas externas.
Acredito que possa haver um equilíbrio entre ter e ser.
Tendo consciência de que se é mais do que um corpo físico, mais que uma personalidade, mais do que um cargo, mais do que uma posição.
Mas aceitar todas essas formas e SER ATRAVÉS de tudo isso.
Deixar que tudo isso seja um instrumento do SER.
Colocar quem se é naquilo que se tem.
Dessa forma tudo se alinha. Você deixa de sentir o vazio, pois quando damos voz ao SER ele nos preenche.
Mas, ao mesmo tempo, honramos o ter: nosso corpo, nossa personalidade, nossos papéis, nossas experiências, nossas coisas.
Somos gratos a eles, mas sabemos que nada disso é quem somos. Um dia tudo isso vai embora, e quem fica? O Ser.
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Escrevi esse texto em 2022 e senti de trazer para este cantinho acolhedor da internet. Espero que chegue em quem precisa receber ;)
Pra quem não sabe eu tenho um Clube de assinatura de conteúdos onde trago reflexões como essa e aulas sobre desenvolvimento humano e vida intencional.
Se fizer sentido, te espero lá.
Fiquem bem,
Nati
Adorei sua reflexão Natália! O caminho pra dentro é sempre o mais potente e transformador.