Existe uma expressão chamada paralisia da análise, que ocorre quando você, de tanto pensar e analisar, não consegue tomar decisões e agir.
Pode ser que isso esteja acontecendo comigo nos últimos tempos. Estou muito “cabeção”, pensando demais, e agindo pouco.
Tenho a impressão que estou sobrecarregando meu HD com tantas informações, seja de livros que leio, do curso que estou fazendo, de podcasts que escuto - além dos meus pensamentos mesmo - e que preciso descarregar. Eu cheguei num ponto que, se não liberar espaço, nada novo entra.
Nesse processo me sinto cansada e muito impaciente. Essa semana tentei diversas vezes parar para escrever e nada saia. Não sabia por onde começar. Parecia que nada fazia muito sentido.
Sentido. É por aí que preciso retomar.
Trazer significado para as minhas ações.
Curioso porque estou justamente estudando sobre vida significativa, e o tanto que encontrar significado no que fazemos é fundamental para a construção da nossa felicidade e bem estar.
Acho que nem contei, mas estou cursando uma pós em psicologia positiva, uma área que tenho muito interesse, e que de forma intuitiva e autodidata já trago muitos dos conceitos pra vocês.
Lembro de um post que eu fiz sobre arrumar a cama. Nele, falei que quando eu encontrei um significado no ato de arrumar a cama todas as manhãs, não sentia mais como um fardo. Eu conseguia ver sentido naquilo. Bingo.
A receita para a felicidade e o bem estar não está em ter uma vida sem adversidades ou emoções de valência negativa. Mesmo numa vida muito tranquila, nunca estaremos livres de problemas. Buscar isso é uma ilusão.
O que nos traz contentamento e satisfação está ligado a buscar construir uma vida significativa. Uma vida com propósito que vai além de si mesmo.
Não há nada de errado em ter metas e objetivos pessoais, mas não é só isso.
E a prova vem quando você tem todas as suas necessidades atendidas (físicas, mentais e emocionais) e ainda assim se sente incompleto.
Minha aposta é que isso aconteça porque o “ser” também tem necessidades. E elas, provavelmente, estão sendo postas de lado, porque nesse contexto onde só se olha para o material, nem são consideradas.
Sente o vazio? Abre o aplicativo da loja favorita pra fazer compras.
Sente o vazio? Come um pedaço de bolo de chocolate.
Sente o vazio? Fica horas rolando o feed do Instagram.
E assim, a consciência segue sendo anestesiada e a dopamina rolando solta.
As necessidades do ser estão num campo mais sutil, o das virtudes humanas. E aqui entra aquele propósito que falei antes, o que se movimenta para o coletivo, não o auto centrado.
Sentido de vida e valores andam lado a lado.
Se aquilo que é importante pra você está sendo posto de lado, é fato que o desconforto vai surgir, e é ótimo que surja. Ele vai fazer com que você se movimente.
Se estamos confortáveis a tendência é que fiquemos parados, não é?
Encontrar um sentido no que fazemos hoje, por mais que a vida não esteja do jeito que queremos, faz com que a gente ande, caminhe, se movimente e não desista.
O sentido de vida tem a ver com esperança. E viver com essa mentalidade nos faz sentir que temos porque seguir em frente. E paramos de ficar colocando a felicidade lá no futuro, buscamos construí-la através de ações significativas hoje.
Essas ações não precisam, necessariamente, serem grandiosas. Na maior parte do tempo, elas serão pequenininhas.
Elas estão no ato de ajudar alguém sem interesse, de servir com o seu trabalho, de sentir compaixão com o outro, de vibrar com a conquista de alguém. Essas coisas que fazem o coração ficar quentinho, que o olho umedece, e que, quando ocorrem, sentimos que tudo vale a pena. Que tudo tem sentido.
Faça um ótimo dia!
Com carinho e presença,
Nati