Estou às vésperas de fazer 39.
Não sei se são os astros, mas a proximidade com o meu aniversário sempre é um momento que me traz reflexão e questionamentos.
E dessa vez está batendo forte. Numa espécie de crise de identidade.
O primeiro “opa, tem algo aqui” veio enquanto lia As formas da alegria. Inclusive trouxe pra vocês o meu paradoxo de ser minimalista e adorar lojas como a Anthropologie.
Essa pulguinha atrás da orelha me fez voltar lá atrás, nos meus gostos antigos, antes de encontrar o minimalismo, há exatos 10 anos.
Fui olhar o meu Instagram daquela época, e vi cores, estampas, mas também vi muita bagunça, principalmente interna.
Me transportei pra lá. E senti a confusão e o desconforto de viver dominada pelas emoções.
A minha alegria e espontaneidade externas escondiam uma decepção interna de não conseguir ter disciplina pra fazer o que sabia que era importante, como ler um livro.
Lembro que comprava muitos livros e não passava do primeiro capítulo.
Ou começava a academia, pagava o semestre, e ia no máximo 2 meses.
Não tinha constância, não conseguia me organizar pra fazer o que tinha que ser feito.
Era impulsiva, o que me fez criar muitas coisas, mas não tinha estrutura suficiente pra continuar.
Essa minha natureza, minha tendência, continua aqui. Eu luto com ela todos os dias.
Descobri essa semana que tenho o temperamento sanguíneo.
Uma amiga me encaminhou um podcast sobre os 4 temperamentos, e enquanto escutava, as fichas iam caindo.
Uma a uma.
O minimalismo representou uma cura pra mim.
Ter menos coisas para gerenciar era um bálsamo pra minha mente agitada e desorganizada.
Ter um guarda-roupa com menos cores, estampas e peças me trazia ordem e paz.
Organizar minha rotina foi um remédio para a minha inconstância.
Ter uma agenda com meus compromissos me tirou o peso de ter que lembrar algo que sabia que ia esquecer.
Ter criado e implementado métodos para viver uma vida mais ordenada me trouxe tranquilidade.
Só que tudo na vida, tem dois lados.
É como se, ao deixar minha natureza falar eu fosse para um extremo do espectro.
Mas, ao me trabalhar muito, eu me perdesse de mim.
E quando li As formas da alegria é como se eu tivesse me “lembrado” de quem eu era.
Da minha essência mais alegre, colorida, mais solta. Básica, sim, mas divertida. Menos controladora, e mais fluída.
Eu não quero mais viver uma vida desordenada.
Mas também quero me permitir aproveitar - e não moralizar - os prazeres.
A minha essência é leve como o ar. Ela busca sensações. E como o ar ela tende a não se fixar em nada.
O que o minimalismo me deu foi estrutura. Ordem. Controle.
Que hoje, com essa consciência, eu possa equilibrar os dois lados.
Ter controle emocional para fazer o que é importante.
E manter meu olhar otimista, colorido e espalhado pela vida.
E que nessa dinâmica, eu não me perca mais.
Terminei de escrever esse texto e decidi publicar aqui, onde tenho mais espaço pra fluir na escrita. E olha, fiquei com saudade desse fluir. Me conta aqui se quer que eu continue, nem que seja numa frequência menor. Vou adorar saber!
Um beijo e abraço apertado, com carinho,
Nati
Amo seus textos, continue, sempre acende uma luzinha lá dentro. Obrigada.
Nati, me identifiquei com suas reflexões. Às vezes, vamos para o outro extremo, para retornar e encontrar, então, o equilíbrio. Disciplina é um desafio para mim também. Qd vc publicou uns stories sobre o mês de junho, planejei me alimentar melhor e disse que voltaria para comentar. Foram muitas quedas rs. Como vc bem disse, abrigamos o planejador e o executor. Cientes de que é muito mais difícil executar, cabe a nós insistirmos. Continue, sim!! Bjs :)